Não há clínica psicanalítica sem ética. A experiência psicanalítica se sustenta nesse princípio.
Freud demonstra, em “O mal estar na cultura”, que tudo aquilo que a civilização se propõe a criar em direção à felicidade tende ao fracasso e a um irredutível mal estar. Na busca pelo prazer, nosso caminho está inexoravelmente marcado pela barreira do recalque, podendo gerar um profundo desprazer, o que não impede que, mesmo assim os indivíduos busquem a felicidade.
Freud nos adverte que a intenção de que o homem ‘seja feliz’ não se acha incluída no plano da criação. Isso significa que no tratamento psíquico não propomos um bem para o sujeito, uma vez que, não há nenhuma garantia antecipada de sucesso. Pelo contrário, isso até pode conduzir ao pior. Exatamente por destacar essa ausência de garantias, é que a psicanálise evoca a dimensão ética em sua clínica.
Neste seminário iremos nos debruçar sobre como Lacan coloca a questão do real no centro de suas preocupações, a partir de seu retorno a Freud. Ele privilegia a organização de uma lei simbólica, cuja ultrapassagem culmina na concepção do gozo impossível de das Ding, A coisa freudiana. A ética indicada nesse seminário é uma ética da transgressão, que visa a um ponto além do princípio do prazer e do serviço dos bens.
A proposta desse seminário é investigar os caminhos abertos por Lacan ao percorrer textos fundamentais de Freud realizando uma intensa revisão para o problema da ética, cernindo-a em relação ao real.

Dia segundas-feiras (encontros mensais)
Horário 19h30 às 21:00
Início para o segundo semestre em 09 de agosto 2021
Formato: on line, pela plataforma Zoom
Coordenação Alternada

Inscrições e informações no (34)99335-0745